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Crítica - Contágio

 

     Um vírus mortal ataca o mundo fazendo milhares de vítimas. O tema, óbvio, já foi vigente em muitos filmes de Hollywood, a maioria deles de terror (relacionados a vampiros ou zumbis, como a interminável saga Resident Evil) ou suspense, como "Vírus" de Alex Pastor. Contudo, nunca houve uma grande produção com roteiro e elenco envolvendo cineastas de renome e já conhecidos na Academia; pelo menos até a estreia de "Contágio".

 

     Todavia, em sua ânsia de inovar o assunto e dar realidade a ele, o diretor Steven Soderbergh comete um erro terrível e o efeito provocado no espectador é a total antítese do que ele esperava. Entediante e sem emoção, não surpreende que o filme esteja nas muitas listas dos piores de 2011. E o pior é saber que ele tinha tudo para dar certo.

 

 

 

CONTÁGIO

 

Tinha tudo para dar certo

 

 

 

 

 

     O filme é atemporal - a primeira coisa que notamos ao assistí-lo. Ser atemporal, usando de flashbacks para remontar os acontecimentos que viriam causar a expansão virótica de um tipo mortal totalmente novo, é um bom recurso usado para nos empolgar com o decorrer da história. Porém, essa empolgação dura pouco; a melancolia com a qual a trama é guiada nos entedia a maior parte do filme, de tal modo que a performance dos ótimos atores que integram o elenco - Matt Damon, Marion Cotillard, Gwyneth Paltrow - é diminuída.

 

     Aliás, a atuação de muitos deles não dura nem meia hora, já que seus personagens são atingidos pela infestação do vírus. Simples assim. Vale notar, contudo, o excelente desempenho de Kate Winslet (sim, a garota de "Titanic") como a doutora Erin Mears, que sofreu as consequências por ter optado ficar e tratar de perto as pessoas com a doença. O cenário catastrófico é acentuado pela primorosa fotografia, responsável por imagens amareladas e cinzentas que são acompanhadas por uma trilha sonora eletrônica - a mesma que faz um fundo adequado a crescente expansão do vírus. Aí estão dois (e um dos poucos) positivos da direção de Soderbergh.

 

      Steven já comandou vários ótimos filmes cult - "Traffic" e "Che" - mas retratar uma cultura que não existe foi seu volumoso erro; misturar a ideia de um documentário com ficção científica já se mostrou uma falha. Em "Distrito 9", por exemplo, a mistura foi usada para abordar o racismo na África do Sul, mas resultou em polêmica e cenas ruins. Aqui não é diferente - o longa, apesar de sua curta duração, nos dá a impressão de que é mais longo que o primeiro "Senhor dos Anéis", uma vez que as sequências são demoradas e silenciosas. Os mais dispersos, consequentemente, já terão adormecido ou entretidos em joguinhos de celular antes dos primeiros quarenta minutos.

 

     O salvador da pátria é Jude Law; com excepcional atuação, interpreta um blogueiro que se aproveita da contaminação mundial para ficar famoso e colocar mais lenha na fogueira; Law parece ter seu papel baseado no líder de um blog russo Anton Nossik, que liderou as críticas contra o primeiro-ministro da Rússia, Vladmir Puttin, acusando-o de ser um czar moderno responsável por fraudes nas eleições. Assim como Nossik, Alan Krumwiede faz de tudo para mostrar uma farsa no governo, que, segundo ele, gerou o vírus para beneficiar a indústria farmacêutica, causando um efeito de rebeldia na população da Terra contaminada.

 

     Apesar de tudo, após assistir "Contágio" - para quem conseguir fazê-lo sem desviar a atenção - as fortes cenas de infecção vão ficar marcadas em nossa mente pelo menos por um tempo, e vamos pensar duas vezes antes de pegar num corrimão ou ir a um banheiro de shopping. Se pela função didática o filme é útil, existe um sentimento de falta quando a trama acaba; é aquilo mesmo, o de sempre, um fim rápido que tenta explicar como a bactéria se alastrou - nada emocionante. A moral de tudo - não assista esperando muito, vai se depararar com o descontentamento.

 

     Descontentamento este causado em parte pelo diretor ser um dos melhores de Hollywood e em parte porque ele tinha nas mãos bons atores, ótimo orçamento e uma excelente equipe de produção. Já o resultado, um filme que de contagiante nada tem.

 

 

 

Crítica de Murillo Jaf