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Crítica - Sucker Punch: Mundo Surreal

 

     O diretor Zack Snyder vem mostrando seu entusiasmo no cenário atual das produções hollyhoodianas. 300, e primeiro lugar, trouxe ótimas sequências com excepcional trilha sonora ao fundo, a imagem cinza-esverdeada e as cenas sanguinolentas características do diretor - mesmas verificadas em Watchmen (inspirado quase completamente na HQ homônima); Zack foi flexível na animação A Lenda dos Guardiões e, portanto, o estúdio Warner ofereceu a ele o comando do novo “Superman”, The Man Of Steel.

     Agora, Snyder apresenta a ficção-fantasia “Sucker Punch” - que diverte através de seus efeitos visuais excessivos e propõe um conteúdo “O que é realidade” no estilo Matrix, expondo o mundo surreal usado como fuga da perversa noção real na mente de uma garota.

 

 

 

SUCKER PUNCH: MUNDO SURREAL

 

Na moda do sonho

 

 

 

 

 

     As sequências que iniciam o filme são narradas pela menina Babydoll, transmitindo a ideia de um falso anjo protetor que a vigiava – seu padrasto, que, depois do falecimento da esposa e de descobrir que a herança da mulher indicava as filhas como herdeiras, tentou abusar sexualmente de ambas. As cenas (cujo fundo é decorado pela canção “Sweet Dreams” em tom dark) são seguidas pela internação de Baby num hospício, que servia (na verdade) como casa de prostituição adolescente. Para escapar do terrível lugar, a jovem criou um plano, (que envolveria a ajuda das outras confinadas) utilizando de sua sensual dança para atrair todas as atenções; enquanto se apresentava, Doll inventou um mundo imaginário onde deveria enfrentar monstros, exércitos e dezenas de obstáculos para que o esquema de fuga fosse bem sucedido.

 

     O universo surreal moldado por ela é construído completamente por computação gráfica, CG em exagero para mostrar as guerras, samurais e dragões que Babydoll precisa combater para, na realidade, completar sua dança. Por isso, a moça acaba beirando a esquizofrenia para a saída do pesadelo que sua vida se tornara, não sabendo o que era mais concreto: a superfície ilusória ou factual.

 

     Desse modo, Sucker Punch segue a moda do sonho – também adotada por longas como A Origem e Matrix, onde existe a discussão do “real ou não”, a mesma que confunde o espectador quanto ao sonho ou verdade. SP não tem esse problema – o objetivo da trama é nos envolver para a resolução dos conflitos de Baby e entreter com as batalhas mentais, estas acompanhadas por músicas de fundo – também marca do diretor.

 

     O estúdio aposta, além de tudo, na sensualidade das personagens (algumas delas interpretadas por Jena Malone, Abbie Cornish e Wanessa Hudgens) e nas fortes sequências de ação, perseguições impossíveis, – envolvendo criaturas mitológicas, aviões, robôs – tiroteios contra monstros nazistas, batalhas medievais com direito a seres lendários e outros, assimilando-se com um jogo 3D. Cada “fase” vencida pela protagonista corresponde a uma coreografia feita por ela, enquanto suas companheiras saqueavam objetos que seriam utilizados na fuga do “manicômio”.

 

     As atuações de SP – Mundo Surreal são básicas, sem dramatização significativa. Alguns diálogos são repletos de clichês mas, em contrapartida, a maior parte do roteiro é boa; não surpreende (talvez porque já temos filmes que abordem tema semelhante), mas é bem trabalhado por Snyder em sua direção. Ele, por conseguinte, prova-se um potencial cineasta dessa década, (junto com Matthew Vaughn, o renomado Christopher Nolan e o ainda ascendente JJ Abrams) capaz de um megasucesso como (possivelmente será) a nova edição de Superman, ganhando assim total confiança da produtora Warner.

 

 

 

Considerações Finais

 

 

 

     Sucker Punch é um longa que não inova, de atuações regulares, sequências de ação incríveis e ótima trilha sonora. Nada emocionante. Mostra que Zack Snyder é um bom diretor e pode realizar outros bons filmes dessa nova década. Recomendado.  

 

Crítica de Murillo Jaf